quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Diário da minha Fibromialgia - XCVI

Nunca fui muito destas coisas, aliás eu sempre fui contra o suicídio... 
Mas hoje entendo

O desespero.. 
Eu que sempre fui tão agarrada as coisas, e hoje pouco me importa. Que se lixe tudo... 
Estou cansada, farta de tudo, farta de todos
Preciso de paz, de tranquilidade mas isso já nem na minha própria casa tenho 
Agora entendo o desespero de se ser ignorada.. 

Hoje mais do que as dores que tenho por todo o corpo, a dor de espírito é maior
A dor de ser ignorada pelos meus filhos é pelo meu marido é a maior do que o fardo da minha fibromialgia. 

Eu já sabia que ele não era capaz de se manter ao meu lado nesta luta... Porque as coisas são muito bonitas no início, mas as nossas incapacidades limitam nos muito e afim de algum tempo deixam de nos compreender, deixam de ter paciência para nós, ignorando nos nos piores momentos, nos momentos mais difíceis, nos momentos que precisamos de alguém que se sente ao nosso lado e chore connosco, alguém que nos venha limpar as lágrimas, alguém que nestes momentos nos acaricie..  E que nos diga eu estou aqui contigo!!!! 

Hoje, agora entendo o desapego da vida, o desespero de viver
O de saber que ninguém se importa conosco, que ninguém se importa com o que estamos a sentir 
Sinto que já não faço falta a ninguém... Os miúdos já estão crescidos ( que sejam muito felizes meus ricos filhos, que por desconhecimento ou imaturidade não entendam e desprezem me)  

Tenho pena de não ter sido mais amada nesta vida, não fui amada em criança muito pelo contrário só fui maltratada e um estorvo para tudo e todos 
Mas consegui vencer com a minha força e o meu medo de morrer ou de sofrer... 
Agora não, já tenho quase 40 anos, já estou farta de sofrer.. Nunca fui verdadeiramente amada. Por isso já não estou cá a fazer nada
....
#fibromialgia
#queridafibromialgia
#fibromialgiaesuicidio
#fibromialgiaemorte

1 comentário:

  1. Fatima, bom dia...estive a ler o que escreveu! É um texto muito sentido da altura da vida em que está a passar, e não posso concordar com a maior parte das suas palavras. A fibromialgia só vive num corpo portador duma personalidade muito forte, nós só a temos porque somos muito fortes e verdadeiras guerreiras! Por isso acredito que as suas palavras foram proferidas num momento de desespero e também acredito que neste momento a Fátima é capaz de ir buscar forças aonde pensava que já não existiam! Olhe que eu sei bem do que estou a falar, porque também já desesperei, mas quando eu suplico alto a Deus,ELE envia-me sempre uma solução onde eu nunca pensei encontrar, é a diferença entre uma vida com Deus, e uma vida sem Deus! Não sou mais do que nenhuma borboleta, mas fui formada e escolhida por Deus ainda no ventre da minha mãe, por isso tenho que cuidar do corpo que Deus me deu, e viver cada dia sempre apaixonada por mim própria, sim porque tudo passa por aí, gostarmos de nós próprias, porque só assim é que os outros poderão também serem surpreendidos com as nossas atitudes. Acredito que a Fátima também conseguirá gostar de si dessa forma, porque senão Deus não teria permitido viver com esta doença...é fácil? NÃO! Mas é possível, porque se eu consegui a Fátima também consegue, mas experimente falar com Deus como se estivesse a falar com um PAI, só que a diferença é que Deus está sempre connosco e é eterno, e o nosso pai na terra infelizmente não poderá estar sempre 24 horas a nosso lado e para SEMPRE! Eu no meu caso perdi o meu pai há 10 meses, o meu grande desafio nesta terra, viver sem a sua presença que tanto me equilibrava, mas sei que um dia vou-me encontrar com ele e sem dores!Fátima experimente fazer este exercício que é sabermos AMAR A NÓS PRÓPRIAS e assim só é que outros poderão nos valorizar e a amar como merecemos! Fátima estou aqui para quando precisar...Mena Lourenço!

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