Desabafo:
- (02-03-2017) acordei por volta das 8h30, como é normal para mandar a minha menina para a escola, todo o meu dia foi normal, excepto o meu coração que teimava em me dizer que algo não iria correr bem ( como não acredito muito nisso, dei valor desvalorizando) e assim se foi passando o meu dia....
eram 17h40 quando o aperto no coração ganhou razão e o meu menino voltou a ter uma convulsão nos meus braços, tive sangue frio ( confesso que nem sei como consegui reagir da maneira que reagi) estava nas compras ( pingo doce) e gritei bem alto "PRECISO DE AJUDA O MEU FILHO ESTÁ A TER UMA CONVULSÃO" , como não era a primeira também já sabia o que fazer ( só nunca pensei ter coragem para tal), arranquei o mais rápido possível a roupa do seu corpo, pedi que chamassem rapidamente o INEM, todos colaboraram à minha volta, fui a correr para o fraldario (mantendo o meu menino nos meus braços, nu, de lado, inanimado) deitei-o de lado e meti no seu rabinho o remédio que da primeira vez me tinham receitado no hospital, passado um pouco ele vomitou, mas às 17h50 quando ele começou a voltar a si (fiquei aliviada "ufaaaah, já tinha passado" pensei eu), chegaram os bombeiros, num ápice fomos para dentro da ambulância e a médica do INEM também, para ver como o meu pequeno príncipe estava, não falaram muito, disseram que eu tinha feito tudo correto, era de admirar, eu fiquei aliviada, pensei que tinha salvado o meu filho (nossa, como me senti feliz por ter tido sangue frio para resolver tudo... estava errada).
na ambulância ele foi sempre com oxigénio, não conseguia respirar por si, não fiquei muito alarmada, pensei que seria normal...
chegámos ao hospital e o pesadelo começou, rapidamente fomos dirigidos para uma sala (sala de emergências) e o meu pequeno não reagia da forma esperada, os médicos foram incansáveis, uma equipa inteira em volta dele, foram duas horas e tal de puro sufoco, de dor, de angústia, de reza, de fé, de medo, de um sentimento enorme de impotência (afinal eu não podia fazer nada, nem mesmo os médicos estavam a conseguir dar solução), meu Deus como doeu, segurei mil lágrimas e caíram umas outras mil...
entre uma paragem cardiorespiratoria, entre oscilações cardiovasculares em que o seu pequeno coração bateu os 200 e muitos,entre milhares de drogas que enfiaram pelas suas pequeninas veias, entre o ar que era artificial ( sozinho ele não era capaz), entre tanta dor, entre tanto que ficou naquelas paredes o meu pequeno Rei, Guerreiro VENCEU!!!!
ficou estável e assim permaneceu durante toda a noite, sempre em vigia, com antibiótico (visto que engoliu vómito enquanto estava a ter a primeira convulsão, estragou um pouquinho do seu pulmão direito, mas que também está melhor).
(03-03-2017) continua enternado, não em estado muito grave, nem grave, nem estável, simplesmente em observação, graças a Deus!!!!
(04-03-2017), hoje o meu Rei faz 13 meses, no hospital sim, mas com o orgulho duma batalha ganha!!!
ainda não sei o que vai acontecer, nem sei ao certo o que ele tem (ainda não descobriram, mesmo depois dos milhares de exames feitos), mas uma coisa é certa, faz hoje 13 meses que Deus enviou -me um filho, não me tinha era dado a noção de que ele era um guerreiro, que ele tão pequeno me iria mostrar que era mais forte que o mundo, meu Deus, dor de mãe é tão cruel mas depois da dor vem a alegria, o orgulho, ele venceu, ele é o meu menino, o meu rei!!!
volta rápido para casa meu rei!!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário